quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Dicas de Canoagem

Dicas de Canoagem

Existem remos simétricos e assimétricos. Como remo simétrico numa competição ou quando há vento, enquanto uma pá está na água a outra está no alto, criando resistência ao movimento, como um freio aerodinâmico. Assim, utilizando-se remo assimétrico diminuímos a influência do vento na pá que está levantada, mas isso obriga o canoísta a girar a haste do remo nas mãos quando vai colocar a outra pá na água. Segurando a haste do remo com a mão que você tem mais firmeza, deixe a outra mão frouxa no momento da mudança de lado da remada e gire a haste com a mão que segura firme (igual ao acelerador da motocicleta) de forma que o ângulo da pá seja adequada a entrada na água para o melhor impulso, enquanto que nesse momento, a pá que foi levantada estará cortando o ar com sua lâmina.

O tamanho ideal do remo é equivalente a sua altura mais o seu braço esticado, de forma que você consiga dobrar os dedos sobre a lâmina da pá.

Segure com as duas mãos o remo de forma que a distância entre cada mão seja igual ao seu ombro. Procure centralizar o remo ao seu corpo, para que cada mão fique numa distância igual a pá do remo correspondente.

Ao entrar com a pá do remo na água para dar impulso ao caiaque, procure fazer como se fosse cortar um pedaço de bolo e trazê-lo para si. Para isso, gire um pouco seu ombro ao lançar a remada, incline o corpo para frente do caiaque para buscar a água e puxe-a para trás girando o troco enquanto retorna o corpo para o encosto do acento, terminando o movimento da remada girando levemente o corpo como se estivesse acompanhando com o olhar a pá que segue em direção a popa, sem movimentos bruscos, pois lembre-se que você poderá fazer esse movimento por horas, durante um passeio ou expedição
Remar cadenciado com a inércia do barco irá fazer você aproveitar mais a remada, sem colocar força e ter um movimento suave, contínuo do barco.

A maioria dos caiaques usados nos passeios ecológicos realizados pela Alma do Rio, são caiaques de lazer e turismo, que se encontram nas praias e lagos para aluguel. Isso significa dizer que a maioria não possui leme e sua dirigibilidade depende do uso do remo para fazer manobras.
Num caiaque com leme, basta o leme ser movido em ângulo que o caiaque responderá para o lado que se moveu o leme.
Na navegação com o remo, podemos mudar o caiaque de direção realizando dois métodos:
1 - Remar do lado contrário ao que desejamos direcionar o caiaque para que ele vá atendendo nosso desejo gradativamente. Isso pode ser demorado e em alguns casos atrapalha nosso intento, principalmente se há correnteza, e perdemos o ponto desejado, por exemplo: você vê uma fruta pendendo em um galho de árvore e deseja pegá-la. Se você remar somente do lado oposto ao que se encontra a fruta, você poderá passar do ponto e acabar desistindo, para não remar contra a correnteza.
2 - Usar a pá do remo como se fosse um leme. Nessa técnica o caiaque irá atender imediatamente. Para isso basta você colocar a pá do remo na água, perto da popa do caiaque, formando assim um leme do lado que você quer direcionar o barco. Quanto mais próximo da popa será melhor a dinâmica do giro, como um compasso que você coloca a ponta no papel e gira o lápis para fazer um círculo. Se você colocar a pá do remo próximo ao centro do caiaque, ele irá girar mais lentamente. Caso você tenha que girar rapidamente e ao mesmo tempo diminuir rapidamente a  velocidade do caiaque, coloque a pá na água do lado que você quer direcionar de forma a ficar o remo na perpendicular do comprimento do caiaque, pois a pá funcionará como um freio hidrodinâmico e o barco irá girar enquanto diminui a velocidade rapidamente.
Nos caiaque duplos quem faz a mudança de direção é quem está na popa (atrás), enquanto o que está na proa (a frente) tem a função principal de propulsão.

Quando os dois conhecem a técnica de navegação com o remo, o companheiro da proa (frente) poderá ajudar muito na navegabilidade, muitas vezes remando no lado contrário ao da popa, remando para frente ou para trás de acordo com a intenção do movimento.
Remar para trás irá fazer com que o barco gire para o lado que se está remando e fará o barco diminuir a velocidade drasticamente. Remar para trás é colocar a pá do remo na direção da popa e trazer a água na direção da proa, o contrário do movimento normal da proa para popa.
Num caiaque simples, para parar o barco rapidamente mantendo o rumo, basta colocar a pá do remo na perpendicular do barco e quando ele começar a girar, colocar a pá oposta do remo no outro lado, também na perpendicular, e repetir a alternância de pá até o caiaque parar.
Num caiaque duplo, basta que cada um coloque a pá do remo na perpendicular, cada um num lado do caiaque.
Imagine agora você conversando e de repente surge um galho de árvore na frente do caiaque. Nunca incline seu corpo para o lado do caiaque, pois ele tenderá a girar e você irá parar na água. A forma correta é curvar o seu corpo para cima de suas pernas e o remo pode ser usado como defesa de sua cabeça, colocando-o no sentido da proa (frente) para a popa (trás) de forma a não se agarrar nos galhos e levantá-lo para que não atinja seu corpo. Nessas situações, o colete salva-vidas irá te ajudar a evitar pancadas em suas costas e evitar se arranhar com pontas e espinhos que existir na planta.
Use sempre o seu colete salva-vidas!
Como escolher seu caiaque

O caiaque foi inventado a milhares de anos no Ártico pelos esquimós. Os barcos eram construídos com os materiais disponíveis no local. Peles de foca costuradas com tendões de animais, a pedaços de madeira, ossos de baleia entre outros.
Apesar de tão poucos recursos, os esquimós criaram barcos muito bons, e navegavam com eles em expedições onde caçavam para garantir a sua sobrevivência em um dos ambientes mais hostis do planeta.

A arte da construção de caiaques foi evoluindo cada vez mais, e surgiram diversos tipos de caiaques, cada qual característico de uma região.
O homem moderno vem resgatando a tradição da navegação em caiaques, movido pelo desejo de aventura e para ter um contato maior com a natureza. O caiaque é a embarcação ideal para estas finalidades, o remador se transforma em um barco ao "vestir" o caiaque. As pernas se transformam no casco do barco, e os braços se unem aos remos para propulsão.
A tecnologia e matérias primas modernas permitem que se produzam excelentes barcos em escala industrial. No hemisfério norte a canoagem oceânica é um dos esportes que mais crescem.
Antes de mais nada é necessário enfatizar que não há um modelo que atenda a várias características simultaneamente. À rigor cada objetivo impõe uma característica própria, daí a escolha dever priorizar algum aspecto QUE CADA BARCO PODE ATENDER:

- Facilidade de remar
- Estabilidade
- Velocidade em águas calmas
- Velocidade em ondas
- Capacidade de passar por ondas e marolas
- Manobrabilidade
- Segurança
- Facilidade de entrar e sair
- Facilidade de transporte
- Peso
- Resistência para o impacto com pedras e fundo
- Conforto no sentar
- Flutuação (inclusive com água dentro)
- Capacidade de levar bagagem ou utilidades
- Facilidade para esgotar
- Capacidade para longas travessias em mar com ondas e marolas
- Facilidade de rolar
- Adequabilidade para surfar em ondas
- Adequabilidade para rios com grande volume de água
- Adequação para manobras de rodeio
- Capacidade de manter o canoísta bem “vestido no caiaque”.
- Capacidade de agüentar grandes pressões de água e não achatar
- Atender às normas das modalidades específicas para o uso em competições esportivas oficias.
- Beleza estética
- Custo


Os dois últimos itens não fazem parte da performance do caiaque como barco e não serão aqui analisados.
Para exemplificar o que foi dito acima não é possível ter um caiaque que seja ao mesmo tempo veloz e manobrável ou estável . Algumas características podem ser encontradas em cada fim a que um barco se proponha. Abaixo uma descrição dos grandes grupos de tipos de caiaques: adequados para lazer e adequados para a prática de alguma das modalidades esportivas oficiais de canoagem competitiva.


BARCOS PARA A CANOAGEM DE LAZER

Estes barcos devem priorizar facilidade de remar, conforto, segurança e praticidade.Serão descritos os seguintes tipos de barcos que se encaixam na categoria lazer: aberto, caiaque turismo, corredeira e expedição:
Caiaque Aberto: Este caiaque não tem a parte de cima e não forma um buraco para o canoísta colocar os pés. É como se fosse uma prancha em cima da água. A principal característica é a facilidade de subir nele seja estando de lado numa água rasa seja num lugar onde não dá pé. Estes barcos devem ser curtos (menos que 3,00m) e largos (mais que 0,65m ) para serem estáveis. Adaptam-se, com facilidade a qualquer situação de água, até um nível grau 2 (no máximo) para rios caudalosos. Acessórios para levar pequenas cargas e de conforto são instalados. Alguns modelos são auto-drenáveis, pois tem furos para esgotar a água que entrar na parte de cima ,isto é no banco.
Estes caiaques são, muito recomendados para o remador iniciante ou aquele que quer dar um passeio tranqüilo sem preocupação de velocidade ou então aquele usuário que pretenda ficar confortavelmente sentado admirando a paisagem ou pescando ou queira levar um equipamento de mergulho ou de fotografia. Os modelos em plástico podem até enfrentar corredeiras leves.
Estes caiaques tem tido uma grande aceitação e estão substituindo com vantagens os caiaques curtos (até 3m) convencionais fechados , que durante muito tempo foram os mais vendidos no Brasil.
Caiaque de turismo: Estes caiaques são fechados e tem, em geral comprimento maior que 3,5m. São caiaques destinados a quem pretende empreender pequenas expedições ou passeios mais longos. Eles são confortáveis, mas exigem alguma experiência e habilidade, em especial, para subir nele e esgotar água em caso de inundação interna. Sua vantagem sobre os barcos mais curtos é a velocidade. Pode-se dizer que com o mesmo esforço físico eles atingem maiores distâncias que os barcos de 3,00m.
Quanto mais compridos e de formas delgadas (isto é, quanto mais fininho o barco) menor sua resistência ao deslocamento na água e maior sua velocidade; porém os barcos finos são mais instáveis exigindo maior equilíbrio do remador.
Para um remador que queira fazer passeios longos e tenha alguma prática um modelo turismo de 4,00m e formas arredondadas à meia nau , com largura acima de 0,60m pode ser uma boa alternativa.
Caiaques de corredeira: São barcos de lazer , mas para serem usados em águas brancas, isto é , rios com ondas, pedras, redemoinhos, refluxos e outros movimentos em turbilhão e exigem experiência e prática do canoísta.
Como são feitos para resistir a impactos com pedras e com o fundo de rios e mar são sempre feitos de material plástico , não sendo adequados os caiaques de fibra.
Há uma grande variedade de tipos de caiaques de corredeira, mas quase todos são barcos curtos (de 2,5 a 3,2m), com grande manobrabilidade e formas de proa e popa levantadas. Os modelos mais usuais, usados para descer rios, tem formas de grande volume (cheias) , na proa e popa. Os canoístas que querem fazer acrobacias nas ondas dos rios, ou seja ficar brincando em trechos do rio , controlando seu caiaque para fazer piruetas, empregam barcos com pequeno volume isto é, formas mais delgadas e baixas especialmente na popa.
Estes caiaques podem ser usados em outras situações e tem mostrado boa performance para descer ondas do mar como uma prancha de surf.
Estes caiaques tem acessórios de segurança para prever as possibilidades nos rios: flutuadores em forma de paredes montados internamente ao casco na proa e popa e que aumentam a resistência ao impacto do barco, finca-pés robustos, apoios de joelhos e de cochas para o canoísta ficar mais “vestido” no caiaque e outros.
Caiaques de expedição: São barcos especialmente previstos para grandes travessias no mar ou rios. São barcos compridos (mais de 4,5m) , com formas para serem velozes e dispõe de compartimentos estanques para guarda de bagagem.
Caiaques de Velocidade: São denominados K1. São barcos muito finos, com comprimento de 5,2m, formas, hidrodinâmica para diminuir a resistência e leves (12 Kg) . São barcos muito instáveis.
As provas desta modalidade consistem em corridas de trechos de 200, 500 ou 1000m sempre em águas muito tranqüilas.
Caiaques de Slalom: Também são chamados de K1-Slalom são barcos de 4,0m de comprimento , muito largos para serem estáveis, com proa e popa afinados e com grande manobrabilidade. São barcos muito específicos para as condições das competições desta modalidade.
As competições consistem em fazer um a descida no menor tempo de um trecho de cerca de 300m de rio com muitas ondas, no qual são colocadas balizas que o competidor deve atravessar, conseguindo manobrar seu barco.
Caiaques para Caiaque-polo: São barcos de 3,0 m de comprimento e que tem formas arredondadas e biqueiras na proa e popa, por regras de segurança para a pratica do jogo de caiaque-polo, pois podem ocorrer choques entre caiaques. Tem grande manobrabilidade. Largura cerca de 0,55m.
O jogo consiste em arremessar uma bola num gol montado a 2m da água, numa piscina de 35m , sendo 5 jogadores para cada time, movimentando-se nos caiaques. Joga-se a bola com a mão; usando-se o remo para se locomover.
Caiaques de Descenso: São feitos para descer velozmente rios com corredeiras. Tem 4,5m de comprimento, 0,60m de largura e um grande volume na proa para furar as ondas.
As competições são realizadas em rios de corredeiras e consistem em descer um trecho de cerca de 5 Km no menor tempo.
Caiaques de Maratona: Emprega-se o mesmo caiaque K1 da velocidade. As provas são de longos percursos ,cerca de 10 Km, e trechos onde se deve carregar o caiaque, por terra.
Caiaques de Oceânica: São barcos velozes mas com maior estabilidade que o K1. Tem mais de 5m de comprimento. Para enfrentarem ondas e marolas tem um perfil longitudinal com a proa e popa bem levantados.
As provas são longas travessias, cerca de 20Km ou mais em trechos demarcados por bóias, sempre no mar.
Caiaques de caiak-surf: São feitos para descer ondas realizando manobras sobre as ondas como no surf tradicional. Tem comprimento de cerca de 2,5m, formas chatas no fundo e, em geral, largas.
Adotam-se as mesmas regas de pontuação do surf, analisando-se a dificuldade da manobra executada pelo canoísta ao descer a onda.
As características dos barcos seja de lazer ou de competição descritas acima são validas, de forma geral, para os modelos para 2 pessoas chamados duplos.

Fonte:
http://www.marinaswindshop.com.br/dicas/dica_05.htm


http://www.originalkayaks.com.br/historia.html
http://www.almadorio.org.br/dicas.htm em 2/2/11 às 00:02
Por Paulo Randow