terça-feira, 17 de março de 2009

Mágica Atmosfera - por B. Mariante

Se fecho os olhos, uma primeira sensação me toma ao lembrar da Barra de Ibiraquera, a de um sorriso instantâneo, daqueles de parar a gente no caminho, inundados pela surpresa.

A trilha de cores já se destacou na primeira mirada, um alinhavo de azuis e amarelos e vermelhos alongando-se no retorno para casa: os caiaques desfilavam pela Lagoa, despedindo-se do dia. Era fim de tarde, e o céu nublado unia-se com tons coloridos e com os verdes intensos -como o Morro da Barra e a Ilha do Batuta, só para citar alguns-, criando um cenário inusitado e pleno de riqueza natural. Aliás, é notória a harmonia desse ambiente com o esportes aquáticos, fazendo-me pensar numa estrutura de “saúde feliz”.

Assim é a Barra, um convívio alegre entre os verdes, os pássaros, os caiaques e o kitesurf, os veranistas, e o prisma cintilante desse conjunto no balanço d´água, pintando múltiplas aquarelas.
A sintonia com o lugar foi imediata. Para quem chegou de visita, e pela primeira vez, foi uma ótima experiência encontrar o equilíbrio perfeito entre a vida natural e o proveito humano, num contexto de férias, esporte e lazer, mas também de respeito ecológico. E, a propósito, nesses dias de visita à praia, tive a sorte de conhecer um momento interessante da paisagem de verão, quando a Lagoa é aberta para o mar, cumprindo esse respeito.

Minha impressão mais pulsante é a de que, na Barra de Ibiraquera, não há vida inanimada: todos os seres têm um papel intransferível no cenário - dos pássaros aos caiaques, da vegetação da montanha ao fluxo da lagoa, das nuvens acinzentadas à bruma que anuncia o fim do dia. Tudo ali é fundamental para tornar essa atmosfera tão mágica e, ao mesmo tempo, tão séria na preservação de sua riqueza natural. E também à noite, quando as cores não se distinguem como ao sol, o lugar é mágico...Ontem, ao enxergar o reflexo escuro do Morro da Barra na lagoa, sob discreta iluminação da lua, senti uma quietude profunda, um pedido de reflexão da paisagem, de respeito aos ritmos e tons diferentes da noite e do dia. Uma percepção que não quis interromper nem mesmo com o som da máquina fotográfica. Gravei esse silêncio escuro apenas no meu álbum de memórias, aquele que visito se fecho os olhos...